Pam!!!!!!

Noutros tempos teria saído do carro a bater com a porta, a berrar ao de trás se estava ceguinho ou se tinha algum problema mental. Hoje não disse nenhuma asneira quando senti o impacto, limitei-me a sair calmamente e a perguntar ao rapaz, com a maior calma do mundo, se vinha distraído. Ele respondeu que sim entre o medo e o espanto por eu não estar a disparatar com ele e acrescentou logo que o carro era da empresa e que fazíamos já a participação se eu quisesse.

Olhei para o pára-choques, não vi nada, nem uma amolgadela, ele também espreitou, diz que também não via nada. Não estive para perder mais tempo com aquilo e vim-me embora.

Foi uma pancada seca, típica de um pára-arranca de segunda-feira de manhã num dia com particularmente muito trânsito. Foi o suficiente para me fazer disparar o coração mas não para deixar o carro ir abaixo nem para bater no da frente. Foi o suficiente para durante uns tempos não me lembrar outra vez de me interrogar novamente acerca de qual será a sensação de bater. Se bem que não deve ser a mesma coisa...