Parabéns Pipa

Era para ter sido ontem, no dia dos 17 meses mas não calhou. Às vezes sinto necessidade de registar todos os pequenos passos e avanços do crescimento dela. Porque se não fosse assim, já me tinha esquecido de quando tinha nascido o 1º dente ou dado o primeiro passo. E um dia mais tarde sei que me vou querer lembrar disso. Mas há coisas que não conseguem medir por datas e ainda assim se não as escrevo fico com medo de as perder para sempre. A maneira como me agarra na mão quando lhe dou o biberon a dormir. Os olhinhos que pestanejam quando acorda de manhã e sente a claridade (e às vezes diz bom dia!). A forma como me faz festinhas no cabelo acompanhadas de valentes puxões, quando está para adormecer. O rabo espetado, forma preferida para dormir na cama. A excelente pronúncia dos "nãos" quando não quer alguma coisa, acompanhada de uma grande cara de gozo porque sabe que nós queriamos que dissesse que sim. A forma como percebe tudo o que dizemos mesmo quando não estamos a falar com ela e reage a isso mesmo com acções. O ar de espanto ontem a olhar para a espuma da lavagem automática enquanto só dizia "água, água" e chamava cão às escovas... A maneira como conversa com a Nenuca, lhe dá o biberon, a põe no colo, lhe dá beijinhos, lhe tenta mudar a fralda ou abana a mão em frente ao nariz enquanto diz "bebé cocó" (acho que fizemos bem em comprar-lhe a banheira e a cadeira de comer acompanhadas de mais uma Nenuca, foi ela que "escolheu" a prenda do dia da Criança). Ou como diz "Tai" para nos mandar embora quando quer ficar sozinha a fazer alguma coisa, como por exemplo comer, que agora acontece todos os dias. E nem sequer posso ficar sentada em frente à cadeira dela a vê-la comer, tenho mesmo de sair dali. As tentativas diárias (às vezes não são só tentativas), de calçar e andar com os nossos sapatos. Ou quando conversa comigo no carro enquanto vou a conduzir e ela lá atrás "mãeeeeee" "mãeeeeee" e eu "o que é?" e ela "olá!" Ou como me responde "lá" quando eu digo "diz lá" ou na piscina quando mergulha sozinha cheia de vontade, vem ao de cima e diz "mai"! Os abraços que dá ora em mim ora no pai, intercalados com ah pai e dá um no pai, ah mãe e dá um na mãe e é capaz de ficar ali a repeti-los eternamente. Ou as traquinices próprias da idade ao tentar enfiar-se em todos os sítios improváveis, a virar os bancos a trepar para as mesas, a pôr-se de pé onde não deve. Ou a querer segurar na torneira do duche (porque já deixou de tomar banho na banheira) e a virá-la directamente para a boca para sentir a água a fazer cócegas nas gengivas. Podia ficar aqui a lembrar-me de mais coisas mas fico-me pelo ar de felicidade quando as coisas lhe correm bem e os sorrisos e as gargalhadas acompanhados de saltinhos que dá constantemente e que querem mesmo dizer "Sou feliz"!