23.5.04

Cars and girls

Parece ridículo voltar a escrever aqui sobre este assunto depois de algum tempo mas querem o quê, é o que me está a irritar nesta altura, e o que me irrita dá-me vontade de escrever. Também era a única coisa que podia fazer neste sítio onde estou.

Pior do que ficar parada numa estrada quase deserta numa 6ª feira ao fim da tarde só pode ser ficar parada numa estrada quase deserta numa 6ª feira à noite. O pior é que já está a anoitecer. E também está a começar a chover. Ok, deuses, querem mandar mais algum sinal? É que eu acho que ainda não percebi bem.

Tenho uma lei de Murphy na minha vida que não sendo certamente exclusiva da minha pessoa, também desconheço que aconteça a mais alguém e que é a seguinte: sempre que vou à oficina resolver um problema, saio de lá com outro. Não quero acreditar que os mecânicos do dito sítio que conheço bem há muitos anos e em quem confio, o façam de propósito para eu lá voltar até porque a maioria das vezes nem sequer pago nada. Mas a verdade dos factos é que isso acontece. Às vezes é logo ao virar da esquina que dou pelo novo problema e é só voltar para trás. Outras, como a que deu origem a este texto, acontecem 2 dias depois. Na 4ª feira puseram a funcionar o vidro do condutor que estava morto sem sinal de vida há semanas. Continua a funcionar. Neste momento até funciona com o carro desligado o que a mim me parece um verdadeiro milagre. Mas eis senão quando, a pouco mais de 5 minutos de casa, a luz do stop e da bateria resolvem acender. Não é que eu perceba alguma coisa de mecânica mas quer-me parecer que a luz da bateria acesa com o carro em movimento não deve ser propriamente um bom sinal. Mas o que é certo é que o carro continuava a andar sem apresentar qualquer problema além deste.

E o que é que as mulheres fazem nestas alturas? Telefonam a um homem, pois claro. Mas não deviam! Principalmente quando esse homem lhes diz para "desligar e voltar a ligar" qual génio da Informática. Mas elas são obedientes e é isso mesmo que fazem. E depois quando tentam "ligar", já não há nada a fazer, pois então. Está morto, de todo, sem qualquer sinal de vida. E então dão com elas paradas na beira de uma estrada onde não passa ninguém a não ser uns quantos condutores a abrir, à espera do reboque do ACP que nunca mais chega, depois de falarem com um antipático que acha que à distância consegue logo dizer qual é o problema concreto (e por acaso era outro, bem feita!) e que faz perguntas como se percebéssemos alguma coisa do assunto e que só dá vontade de lhes responder que se soubéssemos qual era o problema não tinhamos telefonado para o ACP, do qual somos sócios há anos e que raramente chateamos apesar de pagarmos as quotas todas, a pedir ajuda, dahhhhhhh.

Resultado: fiquei sem carro numa 6ª feira à noite, foi rebocado para a oficina onde vou sempre à espera do electricista fazer o diagnóstico. Melhor cenário possível: não faço ideia. Pior cenário possível: alternador novo que para este modelo custa uns míseros 400 e qq coisa € mais IVA. Conclusão: há dias em que não se devia sair de casa. Fico à espera do veredicto e a pensar que, por muito que me custe, se calhar está na altura de começar a pensar em trocar de carro. E como disse o mecânico: "isto é daqueles problemas que nunca acontecem". Pois, logo tinha de me acontecer a mim. É mais uma Lei de Murphy.