Eu e a Igreja
Quem me conhece melhorzinho, sabe que abomino padres, missas, Igrejas e afins. Se tenho ainda uma réstia de respeito pelo Papa é porque não consigo deixar de olhar para ele e pensar que podia (muito hipoteticamente falando) ser meu avô e se o fosse, eu não iria gostar nada de o ver metido naquelas figuras quase já sem se conseguir mexer e sem o deixarem em paz nos últimos anos da sua vida, obrigando-o a repetir inaudivelmente aquelas lenga-lengas todas em todas as línguas possíveis e imaginárias. Se aquilo não é tortura não sei o que será. E dizem eles que respeitam os mais velhos.
Quem me conhece bem sabe que o único motivo porque aceitei casar na Igreja foi porque o noivo assim o pediu. E por muito que eu tenha estrebuchado que não queria porque aquilo não me dizia nada (e continua a não dizer) e que estaria a ser hipócrita ao fingir que sim, a verdade é que ele tinha tanto direito a escolher como eu. E racionalmente cedi, apesar de ter deixado bem claro que a minha vontade não era essa. Mas se a dele era, não podíamos ficar num impasse. Consegui baldar-me estudadamente às tais das reuniões fantásticas de CPM ou lá como isso se chama e engoli em seco para não dar uma resposta mais torta nos poucos encontros que tive com um padre ou alguma beata da Igreja. Felizmente ambos eram menos "beatos" do que cheguei a temer e correu tudo sem problemas. A única condição que pus é que fosse uma coisa rápida. Missas, então, nem pensar. Já me basta ter de as gramar nos casamentos dos outros.
Acabei de saber que a minha amiga mais antiga (dito assim parece que nasceu no séc. XIX) e que vai casar já no próximo dia 1, me convocou (assim mesmo, sem hipótese de dizer que não) para ler uma frase, ao microfone, na Igreja, à frente de toda a gente, no dia do casamento dela. Ela disse-me a frase ao telefone mas da dita só retive que era qualquer coisa "oremos ao senhor".
Vocês não sabem nem sonham as cócegas no céu da boca que isto me está a fazer. Os calafrios que já estou a ter, os pesadelos e suores frios. Levantar-me para ler uma frase à frente de cento e tal pessoas, apesar da minha timidez e relutância em falar para a plateia, eu ainda sou capaz de fazer. Ainda para mais somos 4 pessoas, cada um a ler uma frase e eu, se bem me lembro, até sou a 2ª. O que não vou conseguir dizer é "oremos ao senhor".
Já reflectiram? Acham que eu sou capaz de dizer isto???
Só o facto de o estar a escrever aqui me está a fazer comichão na ponta dos dedos. Isto até pode parecer ridículo (e é, pronto) mas eu acho mesmo que não vou ser capaz. E se for, vai ser a frase mais falsa deste mundo porque eu estou-me bem nas tintas para orar ou para o senhor ou seja para o que for que tenha a ver com estas lides. E se alguém quer orar, que ore à vontade, não espere é que eu faça o mesmo. Eu também não obrigo ninguém a ouvir relatos de futebol aos domingos, pois não?
Dizem vocês, é só uma frase. Mas não é só uma frase. É suposto ser uma frase com significado. Para quem acredita em deus(es), que não é o meu caso, é suposto ter até muito signigficado (acho eu, senão não diziam, certo?). Eu acho que para agnóstica até estou a ter muito respeito por esta religião de aldrabões, hipócritas e outras coisas que não me atrevo a escrever, ao estar a ter sérios problemas de consciência por ter que ir dizer "isto" (não me lembro mesmo do resto da frase mas comparando com o final, era completamente pacífica), ou não?
Quais são as minhas hipóteses? Ficar doente no dia do casamento? Não convém até porque no dia seguinte vou de férias. Além do mais, jamais faria isso à minha amiga. Só mesmo ela para me pedir uma destas. E só mesmo por ser ela é que eu disse "tá bem". Mas esta vai custar-me, ai vai vai. Esta vais ficar a dever-me, ai vais vais!
Quem me conhece bem sabe que o único motivo porque aceitei casar na Igreja foi porque o noivo assim o pediu. E por muito que eu tenha estrebuchado que não queria porque aquilo não me dizia nada (e continua a não dizer) e que estaria a ser hipócrita ao fingir que sim, a verdade é que ele tinha tanto direito a escolher como eu. E racionalmente cedi, apesar de ter deixado bem claro que a minha vontade não era essa. Mas se a dele era, não podíamos ficar num impasse. Consegui baldar-me estudadamente às tais das reuniões fantásticas de CPM ou lá como isso se chama e engoli em seco para não dar uma resposta mais torta nos poucos encontros que tive com um padre ou alguma beata da Igreja. Felizmente ambos eram menos "beatos" do que cheguei a temer e correu tudo sem problemas. A única condição que pus é que fosse uma coisa rápida. Missas, então, nem pensar. Já me basta ter de as gramar nos casamentos dos outros.
Acabei de saber que a minha amiga mais antiga (dito assim parece que nasceu no séc. XIX) e que vai casar já no próximo dia 1, me convocou (assim mesmo, sem hipótese de dizer que não) para ler uma frase, ao microfone, na Igreja, à frente de toda a gente, no dia do casamento dela. Ela disse-me a frase ao telefone mas da dita só retive que era qualquer coisa "oremos ao senhor".
Vocês não sabem nem sonham as cócegas no céu da boca que isto me está a fazer. Os calafrios que já estou a ter, os pesadelos e suores frios. Levantar-me para ler uma frase à frente de cento e tal pessoas, apesar da minha timidez e relutância em falar para a plateia, eu ainda sou capaz de fazer. Ainda para mais somos 4 pessoas, cada um a ler uma frase e eu, se bem me lembro, até sou a 2ª. O que não vou conseguir dizer é "oremos ao senhor".
Já reflectiram? Acham que eu sou capaz de dizer isto???
Só o facto de o estar a escrever aqui me está a fazer comichão na ponta dos dedos. Isto até pode parecer ridículo (e é, pronto) mas eu acho mesmo que não vou ser capaz. E se for, vai ser a frase mais falsa deste mundo porque eu estou-me bem nas tintas para orar ou para o senhor ou seja para o que for que tenha a ver com estas lides. E se alguém quer orar, que ore à vontade, não espere é que eu faça o mesmo. Eu também não obrigo ninguém a ouvir relatos de futebol aos domingos, pois não?
Dizem vocês, é só uma frase. Mas não é só uma frase. É suposto ser uma frase com significado. Para quem acredita em deus(es), que não é o meu caso, é suposto ter até muito signigficado (acho eu, senão não diziam, certo?). Eu acho que para agnóstica até estou a ter muito respeito por esta religião de aldrabões, hipócritas e outras coisas que não me atrevo a escrever, ao estar a ter sérios problemas de consciência por ter que ir dizer "isto" (não me lembro mesmo do resto da frase mas comparando com o final, era completamente pacífica), ou não?
Quais são as minhas hipóteses? Ficar doente no dia do casamento? Não convém até porque no dia seguinte vou de férias. Além do mais, jamais faria isso à minha amiga. Só mesmo ela para me pedir uma destas. E só mesmo por ser ela é que eu disse "tá bem". Mas esta vai custar-me, ai vai vai. Esta vais ficar a dever-me, ai vais vais!
1 Comments:
Olá!!
Sou cristão, embora não me considero ser um religioso. Creio em Deus, por que procurei conhecer Ele, e o acho perfeito. Achei legal o seu respeito pelo arbítrio do seu noivo. Também não gosto daquela ladainha que chamam de missa, a aproveito a deixa de um cara chamado Jesus, que chamava as tais ladainhas de “vãs repetições”, quando nos ensinava a como “orar ao senhor”. Vejo que Suzana, deve fazer um profundo estudo, a respeito do autor desta frase, e quem sabe conhecer Aquele que chamo de Deus?!? Quem sabe assim, você não se liberta, deste troço que tu chamas de timidez? E passas a acreditar em algo menos inexplicável, e ilógico, porém libertador e lindo o qual eu chamo de Deus...
Continue procurando ser sincera, não te conheço, mas acho isso lindo!!
Assis Cezar
Enviar um comentário
<< Home