28.12.04

O dia dos Santos Inocentes

A nossa filha pode não nascer hoje como eu cheguei a querer, mas a verdade é que foi hoje que senti o primeiro sinal de entrada em trabalho de parto (se é que se pode dizer assim). Depois ao entrar no Record online como faço habitualmente, dei de caras com isto e fica aqui a homenagem aos

67 anos do rei dragão

Para quem julga que o líder portista já se encontra na curva descendente, as conquistas da Liga dos Campeões e da Taça Intercontinental são a melhor resposta. Autodefesas para suportar o envolvimento no Apito Dourado
O próprio fez questão de lembrar, na sua autobiografia, que nasceu no Dia dos Santos Inocentes. A memória do massacre bíblico de crianças, mandado executar pelo rei Herodes, na esperança de matar o menino Jesus, não deixa de ser... inocente. O percurso de Pinto da Costa no futebol português bem pode ser comparado ao de alguém que conseguiu escapar de uma feroz perseguição e que atingiu a consagração no momento em que foi crucificado.Olhando para o que aconteceu em 2004, o que vemos? Pinto da Costa-presidente do FC Porto a vencer pela segunda vez a Taça dos Campeões Europeus e a Taça Intercontinental, a conquistar o seu título nacional e pelo meio a ser indiciado pelo Tribunal de cinco crimes.Num momento em que todos os 22 arguidos conhecidos do processo Apito Dourado são presumíveis culpados, ou... inocentes, o líder portista entra na idade sénior aparentemente preparado para continuar a resistir a todos os ataques e a vicissitudes várias. Pinto da Costa tem o apoio dos adeptos do FC Porto e mais do que o apoio a confiança de um grupo que tem vindo a crescer, sendo um facto que as novas gerações estão a ser conquistadas pela paixão pelo clube que ganha.Pinto da Costa é um ganhador. O homem do Norte que fez abalar um sistema que no futebol, e não só, era controlado a partir de Lisboa. Pinto da Costa, Pimenta Machado, Valentim Loureiro – três referências do futebol sem comparação nas outras áreas, como sinal mais das forças nortenhas. Curiosamente, todos eles neste momento constituídos arguidos, naquela que foi, para muitos, uma tentativa séria e em curso de decapitação do novo regime.Aos 67 anos, o presidente do FC Porto acaba de escrever o seu primeiro livro e a árvore que plantou chama-se FC Porto-campeão. A história não se faz na hora mas uma certeza já existe: pessoas com a dimensão de Pinto da Costa da lei da morte conseguem libertar-se e não precisam de estátuas para ser lembradas.O presidente que criou o dragão inventou também um sonho.


E já agora, a propósito de uma conversa que tive ontem com um amigo meu relativamente às expectativas de prendas de Natal, porque é que ninguém se lembrou de me oferecer a biografia do meu presidente???

27.12.04

Para quem estava a pensar visitar-me no hospital

Se isto for seguido à risca, deve ser mentira...

A visita e o acompanhamento da sua família e amigos é muito importante para o seu bem estar.

Pode ter 4 visitas diárias, só podendo permanecer 2 pessoas de cada vez junto de si.
Durante a semana o horário das visitas é das 13:00h às 19:30h.


Aos Sábados, Domingos e Feriados para a generalidade dos serviços:
- 1 visita das 13h às 19:30h - senha branca (acompanhante)
- 3 visitas das 13h às 19:30h - senhas amarelas (visitantes)


É assim o maior hospital do país...

24.12.04

Feliz Natal para todos!

23.12.04

Um ano de circo

238 posts. Uns melhores que outros.
Um ano repleto de novidades. Um ano diferente. Mais um ano.
12609 visitantes (não acredito muito nestes números, para ser sincera). 34 pessoas, e meia! por dia, parece-me muito.
Mas o que é certo é que assim se passou um ano a correr neste mundo da blogoesfera. A partir de agora não sei se vai ser igual, se diferente, se vou ter tempo ou sequer imaginação. Mas pelo menos ao primeiro aniversário cheguei!
Obrigada a todos os que me aturaram, comentaram, criticaram, parabenizaram!!!


My blog is
Lilypie Baby Ticker



20.12.04

Alterações emocionais durante a gravidez

Não que eu tenha a maioria dos sintomas mas há sempre uns e outros que deviam ler umas coisas para ficarem mais a par do que se passa.

A gravidez é uma fase da vida muito importante para qualquer mulher. No entanto, é também uma fase em que se verifica alguma instabilidade no que diz respeito ao estado de espírito.

Mudanças de humor

Durante a gravidez, a disposição da mulher oscila entre a felicidade e a tristeza. Não há apenas uma razão para as constantes mudanças de humor que a invadem. Estas são causadas quer pelo aumento de progesterona e estrogénio, quer pelas muitas preocupações que a assaltam nesta altura. "Será que vou ser uma boa mãe? O bebé será saudável? Haverá
capacidade financeira para mais um elemento na família? Qual será a reacção do pai do bebé? Será que a relação entre nós dois será afectada? " - estes são apenas alguns exemplos dos seus receios mais comuns durante a gravidez. As crises de choro são tão frequentes quanto os momentos de extrema felicidade. Estas variações de humor são mais frequentes durante as primeiras 12 semanas de gestação. À medida que a gravidez avança, estas crises tendem a diminuir, quer porque o seu corpo se vai habituando às alterações hormonais, quer porque vai solucionando os seus problemas de ordem prática. Quando se sente triste, procure reverter essa situação. Para tanto, pode dar um passeio, ver um filme, conviver com amigos ou família. Compartilhar as suas angústias e receios também ajudará. Acima de tudo, não se recrimine pelas suas mudanças de humor, perfeitamente normais nesta altura. Contudo, se essa tristeza permanecer, pode ser que esteja perante um caso de depressão.

Depressão

Algumas grávidas sofrem mais do que meras alterações de humor. Os momentos de tristeza tornam-se frequentes e parecem não ter fim. Se isto lhe suceder, é muito provável que sofra de depressão. Os sinais mais evidentes de uma depressão são a ansiedade, problemas de sono, falta de concentração, extrema fadiga, tristeza profunda, falta de apetite ou uma vontade constante de comer, e a sensação de que nada é divertido ou gratificante. As alterações hormonais são apresentadas como a causa mais frequente de depressão, mas outras razões concorrem para o estado depressivo : problemas e complicações relativos à própria gravidez, problemas laborais e familiares. Abortos em gestações anteriores, são também causas de depressão, e se tiver uma história clínica ou familiar de depressão, pode ser mais propensa a este estado. Para ultrapassar esta situação, recomenda-se que compartilhe os seus medos e preocupações com o seu companheiro, amigos e familiares. Procure ser menos exigente consigo mesma e não se sobrecarregue de tarefas. Se a situação de tristeza permanecer mais de duas semanas, aconselha-se que consulte o seu médico que poderá, eventualmente, receitar-lhe anti-depressivos não prejudiciais ao seu estado. Contudo, se a depressão se agravar, nomeadamente se tiver ataques de pânico, pensamentos ou tendências suicidas ou se se tornar incapaz de lidar com as responsabilidades e tarefas normais do dia-a-dia, é conveniente procurar ajuda psiquiátrica - este passo é fundamental e só prova que é uma boa mãe, que está preocupada em salvaguardar a sua saúde e a do seu bebé. A depressão é um estado que se pode vir a revelar preocupante, pelo que não deve ser descurado. De facto, 10% das grávidas sofrem de depressão durante a gravidez e, destas, cerca de metade experimentam também depressão pós-parto. Porém, se se submeterem a uma terapia adequada, este número reduz-se substancialmente.

A idade dos porquês

Porque é que os homens são teimosos e fazem precisamente o contrário daquilo que pedimos para fazerem?

Ou porque é que fazem exactamente o que imploramos para não fazerem porque acham que é melhor e depois acabam por fazer asneira, reconhecê-la pouco depois, pedir desculpa mas para a próxima voltar a fazer precisamente o mesmo mas ainda nos chamarem chatas por os termos avisado?

E porque é que ainda não perceberam que se fazemos finca pé com uma coisa é porque em 99,999999999% temos razão e só o fazemos porque temos mesmo certeza que temos razão?

Porque é que temos de pedir 300 vezes para arrumarem qualquer coisa num sítio onde por acaso até não chegamos nem nos podemos empoleirar para chegar, e esse objecto continua inanimado no mesmo local onde tem passado os últimos dias, enquanto "eles" até fazem mais um milhão de coisas que não lhes pedimos porque querem ser úteis mas aquele pedido em particular lhes passa ao lado fazendo já parte da mobília e "nós", mesmo que não o devéssemos fazer, vamos acabar por arrumar o maldito porque já não somos capazes de olhar para ele naquele sítio?

E porque é que eles não pensam antes de agir e simplesmente fazem a pensar que estão a fazer bem quando nós temos a certeza, e até os avisámos antes, que estão a fazer mal, o que depois se vem a comprovar?

Ou porque é que acham que como homens têm o direito de impor pela força aquilo que não conseguem impor pelas palavras apenas porque são fisicamente mais fortes e fazem questão de o demonstrar?

E porque é que não compreendem que somos diferentes, não temos obrigação de ser iguais, nem queremos ser iguais porque temos a certeza que conjugamos muito melhor que eles a parte racional e emotiva das questões?

Porque é que não compreendem que temos altos e e baixos, hormonas particularmente sensíveis em certas alturas e mais vale deixarem-nos um pouco em paz sem nos confrontarem a toda a força apenas porque acham que têm de confrontar tudo?

Porque é que são machistas mesmo sem querer e quando o tentam a todo o custo evitar?

Porque é que não nos deixam ser como somos, respeitando a nossa maneira de ser e antes querem impor-nos outra que acham que é a melhor para nós e a que efectivamente gostávamos de ter se tivéssemos coragem para a assumir, ainda que gritemos a plenos pulmões que não é nada disso, que estão errados e que estamos muito bem assim como estamos, muito obrigada?

E porque é que depois nos deixam assim, "desasadas", como se nos faltasse algum membro imprescindível, porque não conseguimos viver sem eles? Porque é que atrás deles só deixam silêncio, porque é que se vão embora, porque é que não dizem nada...?

Porquê? Porquê? Porquê?

13.12.04

We are the champions... of the world...

Estou tão habituada a ouvir esta música a propósito das conquistas do FCP nos últimos 20 anos que quando alguém tem o desplante de a tocar por causa de uma vitoriazeca rara de cacaracacá de um qualquer clube de bairro até me dão arrepios. A música é nossa, deviamos pedir o registo exclusivo aos Queen e devia ser proibido que outros a pudessem utilizar. Porque só a nós se aplica (e mais uma vez encho a boca para escrever NÓS) e só a NÓS nos assenta bem. Não acham?

Mais uma vez, num esforço sobrehumano a que poucos dão valor (e porque raio é que esta coisa tem de ser sempre jogada no Japão?? Ok, por causa do patrocinador, já sei), com japoneses loiros vestidos de azul e branco nas bancadas, os nossos meninos provaram que são melhores e que não desistem até ao fim. É pouco provável que eu decore a constituição desta equipa como sei até hoje a de há 17 anos, chamem-me saudosista mas those were the days, mas na memória e para a história fica a conquista da última Taça Intercontinental de sempre, disputada com grande sofrimento, contra o sono, contra uma equipa de quase 11 defesas amadores, contra golos anulados, contra os postes e as barras, contra qualquer coisa que se pode chamar de "Sistema Mundial", quem sabe..., sem a presença do presidente.

Mas o melhor de tudo foi o olhar de matador do Pedro Emanuel antes de marcar o penalty. Meio irónico, meio sorridente, muito seguro de si, parecia adivinhar o que estava a milésimos de segundo de acontecer (ninguém arranja esta imagem para colocar aqui?). Podia ser simplesmente nervos mas a mim pareceu-me que ele sabia perfeitamente que ia marcar!

Mais uma vez esta vitória sabe ainda melhor porque deixa um sabor amargo na boca de todos os portugueses que estavam a torcer para que os jogadores portistas falhassem os penalties. E a festa que não deve ter sido quando Maniche falhou, muito eles devem ter vibrado. Mais uma vez, meus "amigos", lixaram-se, e tanto se lixaram com os vossos desejos de inêxito para o Porto que não só não o conseguiram como ainda no mesmo dia levaram 4 pastéis de Belém que também a mim me souberam tão bem. Que domingo negro para vocês, que domingo de azul e ouro para nós! É a vida, nunca desejem aos outros aquilo que não querem que vos aconteça a vocês.

Ultimamente dou por mim a pensar, que eu queria mesmo era que a minha filha nascesse no mesmo dia do nosso Presidente (que nunca sei se é 28 ou 29) porque como dizia ontem alguma daquelas histéricas entrevistadas de rua (admito que esta é a única parte dos festejos que não gosto de ver porque sou forçada a concordar com os detractores) "não há pai". Já que vai ter de ser nesta altura, já que ou me lixa o Natal ou o fim de ano, que herde metade do espírito dele, do sentido crítico, da ironia, da esperteza e resposta pronta. E numa altura em que a vida não lhe está propriamente fácil, que eu possa prestar esta homenagem.

Viva o Futebol Clube do Porto e longa vida a Pinto da Costa.

9.12.04

Tédio

Definitivamente não nasci para estar em casa. Principalmente numa altura em que o esforço para calçar os ténis já se torna sobrehumano. É verdade que ir todos os dias trabalhar também já não estava a dar resultado. Só as horas que demoro a fazer seja o que for (física, não intelectualmente porque acho que até não fiquei assim tão mal e a minha cabeça continua melhor que muitas que para aí andam) não compensavam o sacrifício de sair de casa todos os dias com horários (atrasados, é certo, mas horários...).

Não tenho pachorra para ver televisão o dia inteiro, não posso fazer as arrumações que sempre quis porque não posso fazer esforços, carregar pesos, empoleirar-me em bancos. Não posso fingir que pinto por causa do cheiro das tintas, passar o dia a ler dá-me sono. Ainda por cima está sol lá fora. Preciso de respirar ar puro ainda que não consiga andar muito sem me sentar um bocadinho. Ainda não acabei de comprar as prendas de Natal mas o pânico de estar sozinha num centro comercial numa altura crucial tipo água a escorrer pelas pernas abaixo, tem-me fastado dessa tarefa... Ainda por cima até a imaginação para escrever me falha e tenho andado mais afastada dos meus blogs do que alguma vez estive.

Alguém tem alguma ideia brilhante para eu passar o tempo enquanto a minha filha não chega??

5.12.04

Hospitais

Odeio
Detesto
Tenho pavor
Casa de ferreiro, espeto de pau
Quem sai aos seus... neste caso... degenera

E tudo o mais que se puderem lembrar.

Mas depois de ter passado 5 horas nas urgências do Garcia de Orta, pela primeira vez na minha vida, já não tenho tanto medo assim. Porque fui muito bem tratada desde o segurança à porta, à auxiliar que me indicou o caminho da Urgência Obstétrica, à recepcionista dessa urgência, ao castiço do enfermeiro, ao médico de serviço e até o trombudo do chefe que me apalpou a barriga e disse logo que ela continuava pélvica (como é que eles fazem isso???)

Já tinha ouvido dizer muito bem daquele hospital mas agora fiquei ainda mais bem impressionada por isso prefiro começar pela parte boa. Que me trataram bem, que esperei 5 minutos (é verdade, 5 minutos numa urgência de um hospital público!) para ser atendida pela enfermeiro a primeira vez (apesar de depois ter esperado mais pelo médico e principalmente pelas análises que haveriam de confirmar as minhas suspeitas de infecção urinária). Mas se já estava tentada a que a Filipa nascesse lá, agora ainda estou mais. Desde que não me mandem para o Barreiro por falta de vaga como estava a acontecer a algumas grávidas ontem. Grávidas para parir como eles dizem, que não era o meu caso. Barreiro é que não, jamais, em tempo algum!

Mas voltando ao Garcia de Orta, depois de uma tarde de sábado com dores lancinantes de virem as lágrimas aos olhos e que ora vinham ora melhoravam e que já me faziam achar que estava novamente com uma cólica renal ou então que a rapariga estava de tal maneira atravessada que me estava a lixar completamente os rins, lá me rendi à evidência que tinha de fazer alguma coisa. Apesar de ter os benurons e os antibióticos todos à mão de semear, e das duas "médicas particulares" dado o meu estado, o caso era mais grave e eu precisava de saber que estava tudo bem com esta criança. E foi com muitas renitências que ao fim de 32 anos de vida, entrei, pela primeira vez, nas urgências de um hospital. Fiquei logo melhor. Deve ser psicológico mas as dores melhoraram substancialmente. E com a simpatia e as graçolas do pessoal, fiquei melhor ainda.

Entre 300 idas à casa de banho, 45 minutos ligada ao CTG a levar pontapés brutais da miúda, ao mesmo tempo que ouvia o que se passava na Quinta das Celebridades que uma das enfermeiras espreitava atentamente (devo ter mesmo apanhado uma noite com pouco movimento, apesar das cesarianas e da falta de vagas no bloco de partos), e dos "consegue fazer mais um bocadinho para este frasquinho" (ora não, é o que eu mais consigo agora!), até se passou tudo bastante bem. Saí de lá com a recomendação do médico para tomar o antibiótico que já levava e para beber 1,5 a 3 litros de água por dia e muitos sumos "compre daqueles grandes, do LIDL, fica barato e tudo... ooops, já estou a fazer publicidade" e para voltar a correr mal sentisse dores novamente ou algum dos sintomas que anunciam o parto.

E não paguei um tostão. Eu que até pensava que ia pagar uma qualquer taxa moderadora, eu que até tenho seguro de saúde e não me importava de contribuir minimamente para aquilo que gastaram comigo, as análises que fiz, aquele tempo todo que gastaram, nem que fosse para o papel do CTG! Fazia sentido não fazia? Só se ouvem é queixas do serviço de saúde mas se cobrassem qualquer coisa a quem pode pagar não era melhor para quem não pode? (como a outra que estava lá a dizer ao médico que tinha 5 filhos ao que ele respondeu "se já tem 5 filhos é porque há alguma coisa que anda a fazer mal"). Ou será que ainda me vão mandar a conta para casa?