29.9.05

No dia de hoje ...

há 3 anos estava aqui:



há 2 anos estava a caminho daqui:



há 1 ano estava aqui:



E hoje estou a trabalhar :-(

28.9.05

Parece que me expliquei mal

Lisboa = calor = vocês a trabalhar



Praga = frio = nós de férias :-)

O síndrome do último bebé

A verdade é que ando cheia de tabalho e as duas horas a menos (que não vou deixar de aproveitar nunca jamais em tempo algum) fazem-me imensa falta. Já às vezes almoço a correr ou sem sair da secretária. Mas ontem estiquei-me um bocado e saí mais tarde do que o habitual. E depois ainda fiquei séculos na piscina para inscrever a piolha nas "aulas de adaptação ao meio aquático". Quando cheguei ao colégio eram 6 da tarde em ponto e já não havia bebés na sala! Foi a primeira vez que tive essa sensação. Sempre que chego estão uns 5 ou 6 ou 7, enfim, muitos! Mas ontem já não estava nenhum, ela foi a última a ser "recolhida". Será que por algum momento, à medida que os papás dos outros meninos iam chegando, ela olhou para a porta que se abria a pensar que que era eu? Será que alguma vez lhe passou pela cabeça, à medida que os minutos passavam, que eu não a ia buscar? Será que os bebés desta idade experimentam alguma sensação de abandono. Fiquei cheia de pena dela e prometi a mim mesma que era a primeira e última vez que ela era a última a sair da sala. Mas e quando ela fizer um ano e se acabar a benesse? Lá vou ter de voltar com a palavra atrás. Ai a minha vida.

Parabéns em tons de azul e branco



Queremos mais.

Obrigada.


Amo-te!

27.9.05

Há dois anos foi assim




E continuo a gostar muito de ti.

26.9.05

Momentos

Gatinha pela cozinha toda limpando tudo com as meias e com as mãos. Vê o alguidar da roupa desarrumado, aproveita para se levantar agarrada a ele. Não tem muita graça, continua o caminho. Encontra o banco da cozinha, agarra-se, põe-se de pé mais depressa do que eu faria. Olha para mim desafiadora "Estou de pé." Farta-se, senta-se, continua a gatinhar. Descobre o cesto das batatas, põe-se de pé, pega numa, observa-a, vira e revira, deixa-a cair no chão. Larga cuidadosamente uma mão do cesto para ficar com ela livre para apanhar a batata sem ela própria cair. Consegue apanhar a batata em equilíbrio instável, faz-lhe o teste de qualidade, ie, encosta a boca. Digo que não, olha para mim, volta a pô-la no sítio de onde a tinha tirado, senta-se com cuidado e vai embora a gatinhar. Não é linda? :-)

Brrrrrrrrrr



Que frio. Mal posso esperar. Estou tããããããão farta deste calor!!

21.9.05

Porque é que eu não me lembrei disto mais cedo?

Odeio

Trogloditas mentecaptos frustrados e sem cérebro que deixam quilómetros de estrada para o vizinho da frente e que quando nós fazemos pisca e menção de nos desviarmos, aceleram como se não houvesse amanhã, só para não nos deixar passar à frente.

20.9.05

Leitura em dia

É o que eu estou a fazer agora (não agora, agora, claro!), para aproveitar todo o tempo perdido. Deixei de andar de comboio há 3 anos ou que foi e deixei de ler também. Pura e simplesmente assim. Mas agora resolvi mudar o rumo das coisas e arranjar tempo para tirar o pó a todos os livros que fui acumulando ao longo dos anos, e já são muitos. Tinha este na prateleira há 2 anos,
desde que apareceu na Amazon, ainda cá não havia, para fazer jus à minha qualidade de fã incondicional. Encomendei-o, no original, claro, que por enquanto o Sting ainda não escreve muito bem em Português e ali ficou à espera de tempo. Licença de maternidade??Ah. Ah. Ah. Quem é que achou que ia pôr a leitura em dia quando estivesse em casa de licença? Eu nunca achei, já me tinham avisado. Mas agora voltei a ter tempo e já não me deito sem ler umas páginas, nem que já passe da meia-noite. Isso é ponto assente. Vou ser uma leitora outra vez!!

Adoro

as gargalhadas sonoras dela quando engraça com alguma parvoíce que eu faço repetidas vezes só para a ouvir rir.

15.9.05

Hoje

Custou-me tanto deixá-la. De pé, a dar gargalhadas para mim, a chamar-me, à espera que eu a fosse buscar ao parque e eu, atrasadíssima como sempre (porque é que ela é tão gira e simpática? se não fosse custava menos!) virei-lhe as costas, ainda a espreitei da porta da rua pelo canto do olho e ela continuva a sorrir, com esperança que eu voltasse, mas a mãe, malvada, saiu rapidamente e fechou a porta a pensar com os seus botões: Droga.

12.9.05

Regresso às aulas

Sempre adorei o Regresso às aulas. Livros novos, cadernos novos, material novo. Tudo em embalagens novas, prontas a estrear. Livros direitinhos, certinhos, limpinhos, prontos a serem desflorados pela primeira vez. Cadernos imaculados para escrever muito com canetas novas, com muitas cores, tudo bonito. Incursões pelas papelarias, pelas livrarias (que no meu tempo não havia cá hipermercados, pelo menos até certa altura). E foi sempre assim até acabar a faculdade. Cada novo ano era um mar de possibilidades, milhares de páginas em branco para serem estreadas. Depois deixei de ter desculpas válidas para passear pelos corredores das canetas coloridas ou comprar post-its de formas diversas, tesouras com bicos recortados, blocos de linhas e quadrados, com argolas ous em argolas, dossiers com capas giras, etc, etc, etc E era por isso que mal podia esperar para voltar a essa lida quando a minha filhota precisasse de material escolar. Não pensei é que iria satisfazer essa minha vontade tão cedo. Sexta-feira fui buscá-la ao colégio e dentro do caderninho da troca de informações pais/escola, lá vinha a folhinha do material necessário para este ano. Material escolar para um bebé de 8 meses? Pois, marcadores, lápis de cor, lápis de cera e plasticina! Tudo "grosso" (com excepção da plasticina, claro). Sabiam que há lápis de cor e marcadores e lápis de cera próprios para bebés, grossos, com a parte de trás protegida (no caso dos lápis de cor), ultralaváveis, não tóxicos, etc, etc, etc? Eu também não sabia. Mas o Corte Inglés sabe mais que eu, claro, e lá encontrei sem esforço material de escrita para bebés. Nem sei se foi caro ou barato porque não faço ideia se há mais marcas, se os hipers têm, onde é que podia encontrar mais. Trouxe meia dúzia de cada, todos muito giros, coloridos, para a minha Filipa começar a sua travessia pelo mundo do desenho. Parece-me um bocado cedo, ela nem quer ainda pegar numa caneta, pelo menos eu ainda não consegui fazer com que pegasse. Mas aposto que um dia destes chego à escola e tenho lá uma folha branca cheia de riscos e vou derreter-me toda porque vou ter nas mãos o primeiro desenho feito por ela...

Detesto

incompetentes. Principalmente chamado(a)s Cynthia.

Há lá coisa melhor

do que ter um bebé a dormir nos nossos braços?

10.9.05

Só vos digo

Que estou a A-D-O-R-A-R este início de campeonato.E vão 8.

9.9.05

Só nós dois

Às vezes também precisamos de descanso.
Às vezes também precisamos de ficar em silêncio.
Às vezes também precisamos de estar sozinhos.
Às vezes também precisamos de nos concentrar só em nós.

E foi por isso que

por mais que nos vá custar estar longe da pipoca,
por mais saudades que vamos ter
por mais arrependidos que possamos vir a ficar

decidimos tirar uns dias no próximo feriado e ir namorar para aqui...




Diz quem conhece que é uma cidade óptima para isso. O que é que acham?

Detesto

Andar de sandálias à chuva.
Pés molhados só na praia!

8.9.05

Diga trinta e trés

Pronto, já foi. Para o ano há mais.

Quando é que sabemos que estamos a ficar velhos? Quando deixamos de ter direito a bolo e velas e não nos importamos com isso.

5.9.05

Decisões, decisões, decisões

Sexta-feira fui para casa a pensar, matutar e reflectir. Esta menina tem o condão de me pôr a pensar sobre muita coisa. Obrigada, a sério, dás-me sempre assunto para ocupar a mente nas filas de trânsito.

E aquilo em que fui para casa a pensar foi que desde que os filhos nascem... Desde que nascem? Bolas, muito antes de nascerem, somos assolados com uma série de decisões que temos de tomar. São umas atrás das outras, escolhas e decisões, decisões e escolhas que não vão parar nunca a vida toda.

Bem, a primeira começa logo em ter ou não ter filhos. Queremos ficar sem a nossa liberdade ou queremos aumentar a família porque já não estamos a caminhar para novos? E a ter, quando ter? E ter agora ou esperar mais um bocado? Mas esperar mais um bocado para quê? Se for à espera do euromilhões, já não havia crianças. Deixo de tomar a pílula este mês ou deixo só no próximo? Faço as contas e naquela altura não dá muito jeito, é melhor ser noutra (a primeira decisão saiu logo furada, ela nasceu precisamente na única altura do ano que eu não queria mas pensando bem acho que até foi melhor assim, esta é a melhor altura para ela ter os meses que tem.)

Olha, não estava nada à espera este mês mas deu positivo! E agora. Será rapaz ou rapariga? Isso não temos de decidir, já está decidido por nós. Mas e os nomes? Temos que decidir. Decidir o primeiro e decidir os outros. Bah, isso pode esperar para mais tarde. (Ambos foram decisões demoradas e complicadas. Não sei se a melhor se não mas agora já está. E é para toda a vida.)

E a ecografia, temos de ir fazer, e onde, bem, isso decidiu a médica que já estava decidida antes do projecto ser projecto. Boa, pelo menos é menos uma decisão a tomar. Pelo menos só temos que decidir o dia em que lá vamos. No dia da final da Liga dos Campeões? Sim, disse eu ainda meio nas nuvens... mas pensando bem NÃO, nem pensar, eu quero ver esse jogo, a criança pode esperar mais um dia (E o Porto ganhou e foi campeão europeu!).

E o carro, precisamos de um carrinho. Com 4 rodas ou 3 rodas? Os de 4 cabem melhor em qualquer carro. Os de 3 são bem mais confortáveis para os bebés mas não, nem pensar, é um monstro, nunca o vou conseguir enfiar no carro. Quero um pequeno, fácil de fechar e caber em todo o lado. São giros, e "estilosos" mas não dão jeito nenhum. Mas já agora, vamos experimentar, pagamos o mesmo. "Conduzimos" uns e outros. Afinal o de 3 cabia na mala do meu carro e havia de caber também na do pai, era bem mais fácil de manobrar. Mudei de ideias num ápice. Comprámos de 3. “Bué da” giro mas também “bué da” grande. Oferta dos avós maternos.

E a preparação para o parto? Se calhar convém ir fazer, não sei se ajuda muito mas pelo menos sempre me distraio com outras pessoas na mesma situação e já que tenho direito a sair mais cedo do trabalho por causa disso, olha aproveito para ir aprender umas coisas já que aprender nunca é de mais (há quem ache que é mas eu acho que não!). Feira dos bebés e mamãs na FIL (má decisão a menos que vos ofereçam convites, não tem nada de jeito para ver) e caiu do céu, olha, esta é mesmo ao lado de casa, nem procuro mais, é já aqui que me vou inscrever.

E agora precisamos de uma cama. Ou de um berço. Ou de uma alcofa. Sim, porque já ninguém põe os bebés em gavetas para dormir, pois não? Cama de grades é muito grande, não cabe no quarto dos pais. Tem de ser uma coisa mais pequena. Alcofa é pequena demais. Não me apetece gastar dinheiro numa coisa que dura dois meses e onde a criança não se consegue mexer, parece que está num caixãozinho. Berço parece-me o melhor, de preferência que dê para abanar e para estar fixo também que é para a criança não se habituar a estar sempre a ser abanada. Berço, está decidido, exactamente o oposto do primeiro que tínhamos pensado comprar. Escolhido por nós e oferta da avó paterna.

Esterilizador, também vamos precisar de esterilizar os biberões. Eléctrico, de micro-ondas, a frio? O que é que dá menos trabalho, é mais rápido e ocupa menos espaço e oh, que chatice, ainda por cima é mais barato? De micro-ondas, então de micro-ondas it is. (esta foi muito fácil).

Então e o hospital? Hospital privado ou hospital público? No público a assistência médica é melhor, não se paga um tostão, os equipamentos que eventualmente venham a ser necessários estão disponíveis, não corro o risco de ser recambiada de ambulância para outro se alguma coisa der para o torto. Por outro lado tenho de partilhar o quarto com não sei quantas pessoas que não conheço de lado nenhum, ouvem-se histórias terríveis de enfermeiras que não nos ligam nenhuma e se me deixam para lá sozinha e abandonada. O que decidir? Sou bicho-do-mato mas tenho boa resistência à dor. Além de que me irrita solenemente ter de pagar para ter um filho com tanto que já me levam no IRS. Não, comigo não vão ganhar nada, é público e mais nada. E hei-de usar tudo a que tenho direito. Não me arrependo minimamente. Também escolhi um dos públicos com mais e melhor fama de maternidade que por sorte é o da minha área de residência, preterindo um parto com a minha própria médica. Não teria sido mais bem tratada se estivesse num hotel-hospital, tenho a certeza. (bem, excepto uma certa auxiliar mal disposta, talvez). E quanto à parte do abandono, I wish... era medir a tensão de 4 em 4 horas se não menos e verificar se estava tudo bem e uma enfermeira simpatiquérrima a vir perguntar se eu queria que ficasse com o bebé de noite para eu dormir (não sei o teu nome mas adoro-te!), falta de acompanhamento foi coisa que nunca tive. Bendito HGO! Até das urgências só posso dizer bem, não sei como são as outras mas a de Obstetrícia funciona lindamente.

Hum, é uma menina, e agora, temos montes de roupas azuis e neutras, se calhar é melhor comprar algumas cor-de-rosa. Grandes ou pequenas? Bodies de enfiar pela cabeça ou de traçar? Mais quentes ou menos quentes? É Inverno mas no hospital está sempre calor. O ecografista diz que tens o fémur grande, deves vir a ser alta. Mas ao mesmo tempo não vais nascer nenhum pote certamente, nenhum dos pais é pote. Também não deves ser muito pequena porque nós também não somos propriamente pequenos. E já que é menina, convém decidir o nome. Ora gaita, porque é que não és menino? Assim já estava decidido, agora vai demorar mais tempo. Bolas, mais uma decisão para tomar.

Olha agora congelam-se as células do cordão umbilical para poderem ser usadas mais tarde se tiveres alguma doença. Doença? Não quero pensar nisso mas e se acontecer e eu pudesse ter feito alguma coisa para evitar. Vou arrepender-me de ter tido essa possibilidade e de não a ter aproveitado. Mas células congeladas na Bélgica? E se alguém se lembra de começar a fazer umas quantas Filipas por aí? E se daqui a uns anos tu te cruzas com uma igual a ti, vais achar que te separei da tua gémea à nascença. Ok. Ando a ver muitos filmes. O ideal é que isto seja dinheiro jogado ao lixo e que nunca tenhas nenhuma doença. Mas se tiveres, pode ser que assim te cures. Olha, o melhor é mandar vir o tal do kit e não pensar mais nisso. Mais uma prenda dos avós maternos.

E quando acabar a licença da mãe, onde é que vais ficar? Os pais têm de ir trabalhar e não podem ficar contigo. Colégio parece ser a única opção lógica e possível. Avós nem pensar mesmo que pudesse ser. Mimos a mais fazem mal. Eu até posso encher-te de beijos o dia inteiro se me apetecer (e encho) mas isso sou eu que sou mãe! Colos a mais fazem mal, depois quem não dorme sou eu. Empregadas em casa, nem pensar. Já lá vai o tempo. Sim, eu até posso ter sido criada meio assim mas foi há 30 anos. Os tempos eram completamente diferentes e os avós não trabalhavam. Amas não conheço nenhuma, logo não confio em nenhuma. Só se ouvem histórias tristes com amas e não me apetece ter de andar a pôr câmaras para filmar uma pessoa a bater na minha filha. Aliás, a única pessoa em quem confio para além de mim mesma é em pessoas especializadas para tal função. As casas são um perigo, a começar pelas nossas, não estarás melhor num sítio preparado para ti, com meninos da tua idade, para que possas aprender desde cedo a conviver e partilhar e que se estimulem mutuamente, com educadoras que não fazem mais nada o dia inteiro a não ser tratar de ti (e não têm de fazer almoço e jantar nem limpar a casa, nem lavar roupa nem passar a ferro?). Parece-me que sim. Mas vais ser tão pequenina ainda, com 5 mesinhos apenas e já vais ter de enfrentar o mundo. Quando fores para a universidade já estarás na escola há quase 20 anos... É uma vida. E depois as doenças que se pegam facilmente, as constipações, as famosas bronquiolites... Oh, que fazer? Não conheço ninguém que possa ficar contigo e em quem eu confie como em mim própria. Mas é isso ou a mãe despedir-se para ficar em casa contigo mas depois como é que pagamos as contas? E o psiquiatra quando a mãe der em doida contigo em casa o dia inteiro sem conviver com adultos? Não, está decidido, inscrição no colégio mal descobrimos que eras uma rapariga. E depois logo se vê se te dás bem ou se temos de mudar de estratégia. Ou como ouvi uma vez num filme "Nothing is certain but death and taxes" (Meet Joe Black mais propriamente).

Nasceste! E agora, damos-te chucha ou é melhor não? Não quero que te habitues demasiado à ideia porque não quero que venhas a ser uma daquelas crianças de 5 anos ainda de chucha na boca e com os dentes todos tortos. Mas se choras vamos fazer o quê? Tens de te entreter com alguma coisa. Pelo menos para ajudar a adormecer. O pai punha-te a chucha na boca e eu tirava. Acho que resultou, pelo menos só a usas para dormir mesmo.

A meia-hora que separou o escritório do colégio (mais do que o normal porque apanhei um acidente) deu para pensar em tudo, inclusive se teríamos feito a melhor opção quanto à escola. Vê-se tanta coisa e ouve-se tanta coisa que nunca sabemos se fizemos as escolhas certas. E se a cama ou o carrinho ainda é como o outro, há coisas que marcam mais e são muito mais importantes. Doenças ainda nunca tiveste nada desde que foste para a escola. A única bronquiolite ainda estavas em casa com a mãe, logo aqui a regra não se aplica a ti ainda, deixa chegar o Inverno e logo vemos se és ou não resistente. O que é certo é que fiquei a reflectir em tudo e apesar de não ter nenhuma razão de queixa da escolha que fiz, sei lá, nunca se sabe não é? Cheguei ao colégio e ela lá estava, junto da auxiliar preferida, a brincar, bem disposta como sempre, a rir-se para mim mas ao mesmo tempo a não querer largá-la a ela. Esticou-me os braços, peguei-lhe mas continuei a falar com a amiga sobre o dia dela, que tinha estado bem melhor que no dia anterior, que já era a Filipa que nós conhecemos, o primeiro dia de "aulas" depois das férias tinha sido de reconhecimento mas que já estava perfeitamente integrada e nisto ela começou a choramingar e a querer voltar para o colo dela. E eu deixei-a ir, naturalmente. E o sorriso de contentamento naquela carinha de oito meses e o brilho nos olhos da sua agora "segunda mãe" (para além dos mimos evidentes que lhe dá), fizeram-me ter a certeza que tinha feito a escolha certa. Espero que todas vocês consigam ter a mesma sensação, deixem os vossos filhos onde deixarem! Acho que é isso que prova se tomaram ou não a decisão acertada.

Qualquer dia estou a decidir entre escola pública ou colégio... É que o tempo passa a correr e vem sempre cheio de decisões. Já não bastava ter de decidir o que vestir de manhã, agora tenho de decidir a vida de outra pessoa que depende de mim. É o preço a pagar para ver aquele sorriso lindo e malandro todas as manhãs!

(Cadeiras... Isofix ou não Isofix, virada para trás ou virada para a frente. Ela já bate com os pés no banco e está farta de andar virada para trás mas ainda não tem os 9 quilos mínimos para ir virada para a frente... decisões, decisões, decisões...)

1.9.05

Bolas

Não sei bem por onde vou começar. Mas tenho de começar por algum lado. Os 500 mails acumulados bem entendido. O pior é sempre começar, depois corre tudo sobre rodas. O melhor é não pensar muito no assunto e simplesmente começar. Mas não me apetece. Está calor, acho que vou fechar a janela antes que alguém se lembre de ligar a porcaria do ar condicionado por cima de mim para eu congelar.

A Filipa ficou bem na escola segundo me disse o pai, e eu a pensar que ela ia estranhar imenso e que ia sentir a nossa falta e ia ficar a chorar. Nem nada. É uma valente. Vamos ver se o resto do dia também foi assim porque isto de estar 19 dias seguidos só com os pais é capaz de já deixar algumas marcas nos seus oito mesitos (bolas, como o tempo passa a correr, lembro-me comos e fosse hoje). Mas ela gosta muito de lá estar e mesmo que o dia de hoje não corra bem, vai logo habituar-se de novo, tenho a certeza. Espero que coma também, antes que desapareça porque em casa não come nada de jeito. Da sopa que eu faço pelo menos. Nos restaurantes é vê-la comer. Mas eu não queria nada começar já a pôr sal na comida dela. Nota mental: perguntar no colégio se põem sal na sopa.

Será que algum dia vou conseguir comprar uma cadeira para o carro para ela ir sentada como deve ser? Por este andar nem com um ano tem 9 quilos. O pior é que, para compensar, em altura vai disparada e depois vai a dar pontapés no banco do carro porque já não consegue esticar as pernitas. E as calças que agora são calções? Por acaso fica bem gira, era o que levava hoje vestido. Mas eu juro que quando comprei aquilo eram calças, passaram por bermudas e agora são calções. Na cintura lindamente, continua a servir tudo, mas as pernas começam a ficar cada vez mais à mostra. Qualquer dia são mini calções e a cintura continua a ser de 6 meses. As saias idem... ainda veste uma de 2/4 meses, mini mini saia, mas na cintura lindamente :-) É uma desavergonhada, de pernas à mostra.

Mas não era nada disto que eu queria dizer e já estou a divagar. Estou só a arranjar coragem para começar a fazer o que tenhod e fazer antes que sejam 4 horas parame ir embora (oh que chatice). E sim, eu gosto do trabalho, mas o primeiro dia depois das férias custa sempre. A Jô diz que pior que o primeiro dia depois das férias é o segundo dia depois das férias mas como o meu vai ser simultaneamente sexta-feira é capaz de não ser tão mau assim. E para a semana há mais. Mas já agora convinha começar por algum lado.

Será uma mini depressão pré 33 anos para a semana? 33... TRINTA E TRÉS. Por acaso até gosto do número. Acho giro, sempre achei piada a este número, nunca pensei foi que chegasse cá tão depressa e olhasse para trás e não visse nada de jeito. Bem, nada de jeito também não é bem assim. Mas sei lá, mais coisas de jeito. Não escrevi nenhum livro nem plantei nenhuma árvore nem fiz nada de útil à humanidade, nem sei lá... nem... bahhhh.

Bem, até qualquer dia. Vou tornar-me útil, pelo menos nalguma coisa.